Militares das Forças Armadas fazem novo manifesto contra ministro Celso de Mello

Militares das Forças Armadas fazem novo manifesto contra ministro Celso de Mello - Crédito: Nelson Jr/STF
Crédito: Nelson Jr/STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello foi alvo, neste sábado, 13, de mais um manifesto. Desta vez, um grupo de militares da reserva publicaram o documento em meio a mais uma crise entre o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) e o Supremo, após o ministro Luiz Fux conceder liminar, afirmando que não cabe às Forças Armadas exercer Poder Moderador na República.

O presidente Bolsonaro, em resposta, afirmou que "as FFAA (Forças Armadas) do Brasil não cumprem ordens absurdas, como por exemplo a tomada de Poder. Também não aceitam tentativas de tomada de Poder por outro Poder da República, ao arrepio das Leis, ou por conta de julgamentos políticos".

O novo manifesto foi uma iniciativa de dois coronéis da Força Aérea Brasileira e recebeu a assinatura de 52 integrantes da Aeronáutica, 16 da Marinha e dez do Exército. Todos são da reserva. Também assinam o documento 30 civis e um oficial da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Entre os signatários estão 12 brigadeiros, cinco almirantes e três generais.

No documento, o grupo afirma que "ninguém entra nas Forças Armadas por apadrinhamento" ou atinge postos na carreira por ter "um palavreado enfadonho, supérfluo, verboso, ardiloso, como um bolodório de doutor de faculdade". "Nenhum militar recorre à subjetividade ao enunciar ao subordinado a missão que lhe cabe executar, se for necessário, com o sacrifício da própria vida".

Ao ministro, eles dizem ainda que "nenhum militar deixa de fazer de seu corpo uma trincheira em defesa da Pátria e da Bandeira". E, por fim, mostram o documento: "Nenhum militar atinge o generalato se não merecer o reconhecimento dos seus chefes, o respeito de seus pares e a admiração dos seus subordinados".

Celso de Mello é o relator do inquérito sobre as supostas interferências políticas do presidente Bolsonaro na Polícia Federal (PF) que, segundo o relato feito pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro, levaram à demissão de Maurício Valeixo da direção da instituição.


Fonte: RomaNews/UOL em 15/06/2020 as 18h23

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