Moro mostra mensagens que contradizem Bolsonaro: "Não estou a venda"



Sérgio Moro apresentou, na noite desta sexta-feira (24), prints de conversas com Jair Bolsonaro e a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), com o objetivo de comprovar que o presidente e seus aliados pretendiam usar a exoneração do diretor da Polícia Federal, Maurício Valeixo, como condição para o ex-juiz obter uma vaga no Supremo Tribunal Federal ainda este ano.
Ao Jornal Nacional, Sérgio Moro mostrou conversas em um grupo de aliados da presidência no aplicativo WhatsApp, onde a deputada bolsonarista Carla Zambelli  pede para ele aceitar a exoneração.
Na conversa exposta, Zambelli diz que, caso Moro aceite a exoneração, ela se comprometeria a ajudar a convencer o presidente a nomeá-lo para o STF ainda em setembro. Em seguida, Sérgio Moro afirma: "Prezada, não estou a venda". Mesmo assim, Zambelli insiste para que ele aceite e se compromete a convencer o presidente. O ex-ministro e ex-juiz reitera sua posição, dizendo: “vamos aguardar”.

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Moro também mostrou conversas onde Jair Bolsonaro faz ameaças veladas a Maurício Valeixo, diretor geral da Polícia Federal, caso ele prossiga com inquéritos envolvendo a máquina de Fake News, onde seus filhos, Carlos e Eduardo Bolsonaro, estão envolvidos, e também o inquérito sobre as manifestações antidemocráticas na semana passada.
Na conversa Moro afirma que as aberturas dos inquéritos foram solicitadas pelo ministro Alexandre de Moraes e não por Valeixo. Mesmo assim, Bolsonaro diz: “Mais um motivo para trocarmos”. Em seguida Moro responde: “Amanhã conversamos as 9h”
As conversas mostradas por Moro contradizem a afirmação de Bolsonaro durante o pronunciamento da tarde desta sexta, onde afirmou que Moro condicionou a saída de Valeixo a sua vaga no STF.

Fonte: Dol por Igor Reis em 24/04/2020 as 21h59

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