FPF aguarda posição da CBF sobre estaduais; presidente do Paysandu dispara: 'Falta de atitude'

Presidente do Paysandu, Ricardo Gluck Paul defende a descontinuidade do Parazão

A continuidade do Campeonato Paraense de futebol está nas mãos da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Foi o que confirmou o presidente da Federação Paraense de Futebol (FPF), Adélcio Torres, em contato da equipe de esportes de O Liberal, para falar acerca do futuro do estadual. Os presidentes dos dois maiores clubes do Pará, Remo e Paysandu, se posicionaram a respeito.
VERSÕES E OPINIÕES DIFERENTES
Na última semana, foi evidenciada a falta de consenso entre os representantes dos clubes. Se o presidente do Paysandu, Ricardo Gluck Paul, negou a aprovação da continuidade do Parazão, para o mandatário do Remo, Fábio Bentes, a sequência do estadual está decidida.
"Ficou definido que vai retornar o campeonato quando for autorizado pelos órgãos oficiais de saúde nacionais e locais, já que existe uma questão de saúde pública. A partir desta decisão, [vamos aguardar a CBF] abrir as datas no calendário e vamos encaixar [o estadual]. Dependemos destas duas situações", comentou Fábio, objetivamente.
Já Ricardo disparou contra a forma que a FPF lida com o tema. "Isso é uma falácia, A CBF não tem jurisdição sobre os campeonatos estaduais. Quem decide são as próprias federações, por meio do conselho dos clubes. O que falta para a FPF é atitude. Coisa que não faz e é justamente por não ter essas atitudes que ela acaba se embaralhando. A gente tem que pressionar para fazer as coisas. Então, não procede".
Segundo o dirigente Bicolor, a CBF está pressionada pelas federações mais ricas, principalmente do Rio de Janeiro e São Paulo, pela continuidade por causa dos direitos de televisão, que só seriam pagos totalmente em caso de sequência dos torneios. No entanto, para Ricardo, esta não é a realidade do futebol paraense.
"Para esses clubes, o retorno é uma solução financeira. Por exemplo, o Volta Redonda recebe R$ 4 milhões para disputar o cariocão. Isso é mais que a soma de todos os clubes paraenses que disputam o estadual. Imagina se o Paysandu tivesse que receber R$ 4 milhões e só tivesse recebido 2 milhões, a gente ia esperar para jogar até 2050", comentou Ricardo.

O presidente do Paysandu foi além e abordou a questão da saúde em Belém, que está perto de colapsar. "Digamos que a CBF queira retornar com os estaduais em maio, vou para a minha opinião: em Belém, nós vamos estar melhores ou piores em termos de isolamento social, caos no sistema de saúde e segurança para as pessoas que trabalhar? Ouvi que a CBF estuda voltar só em agosto. Se fizer isso, não vai ter data. De qualquer forma, o campeonato já está comprometido por todo o desequilíbrio técnico [com as dispensas] provocado pela paralisação", finalizou Ricardo.

Fonte: O Liberal/André Gomes em 23/04/2020 as 18h05.

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