EX-COMANDANTE DO 7º BPM ACUSADO DO ASSASSINATO DE JUÍZAA.

Acusado de ser o autor intelectual do assassinato da juíza Patrícia Acioli, em agosto em Niterói (RJ), o ex-comandante do 7º BPM (São Gonçalo) tenente-coronel Claudio Luiz Oliveira saiu da Divisão de Homicídios (DH) da Polícia Civil na noite desta terça-feira sem prestar depoimento. Além de Oliveira, cinco integrantes do Grupo de Ações Táticas do batalhão à época do crime foram presos hoje. Segundo a investigação, a magistrada reunia elementos para determinar a prisão do então comandante por suspeita de execução e envolvimento com corrupção.
De acordo com o advogado do policial, eles não tiveram acesso ao inquérito e às acusações. Ao deixar a unidade, localizada na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, o militar voltou a se declarar inocente. Uma nova data para o depoimento será agendada. Após deixar a DH, Oliveira retornou ao presídio de Bangu 8, onde ficará detido.
Após ser preso, o ex-comandante afirmou desconhecer o depoimento de um policial que o apontou como mandante do crime. Segundo a polícia, o cabo seria ameaçado de morte.
Além dos seis acusados presos hoje, três PMs já estavam detidos por determinação da própria juíza Patrícia, que assinou os mandados horas antes de ser morta. Eles são acusados de forjar um auto de resistência durante uma operação em que o jovem Diego de Souza Beliene, 18 anos, foi morto no Complexo do Salgueiro, São Gonçalo, em junho.
Hoje, a chefe de Polícia Civil, Martha Rocha, afirmou que 380 armas do batalhão foram periciadas para averiguar se os tiros disparados contra a juíza partiram de alguma delas. Os resultados, no entanto, serão divulgados apenas quando a investigação foi concluída, em cerca de 15 dias.
Juíza estava em "lista negra" de criminosos
A juíza Patrícia Lourival Acioli, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, foi assassinada a tiros dentro de seu carro, por volta das 23h30 do dia 11 de agosto, na porta de sua residência em Piratininga, Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Segundo testemunhas, ela foi atacada por homens em duas motos e dois carros. Foram disparados mais de 20 tiros de pistolas calibres 40 e 45, sendo oito diretamente no vidro do motorista.
Patrícia, 47 anos, foi a responsável pela prisão de quatro cabos da PM e uma mulher, em setembro de 2010, acusados de integrar um grupo de extermínio de São Gonçalo. Ela estava em uma "lista negra" com 12 nomes possivelmente marcados para a morte, encontrada com Wanderson Silva Tavares, o Gordinho, preso em janeiro de 2011 em Guarapari (ES) e considerado o chefe da quadrilha. Familiares relataram que Patrícia já havia sofrido ameaças e teve seu carro metralhado quando era defensora pública.

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